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A Luz Viva da Morte
22ª exposição individual
A LUZ VIVA DA MORTE

2006 - Braga

 2007 - No dia 26 de Outubro, em Vila Real, na Pastelaria Gomes, local incontornável de velhos e novos encontros no burgo transmontano, inaugurou-se a EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DE MIGUEL LOURO e fez-se a APRESENTAÇÃO DO LIVRO «A LUZ VIVA DA MORTE», de Maria da Conceição Azevedo

Tomando a fotografia como linguagem da referência, mas explorando o ludismo da criação e da exposição, Miguel Louro aceitou, e bem, «ilustrar» um livro singular – A Luz Viva da Morte – dedicado à interpretação antropológica dessa realidade última que se inscreve nas nossas vidas, seja como limite, seja como passagem: a morte.

Ou não fosse a fotografia, em si, uma fixação mortal, e mortífera, das mais vivas e cruas realidades ou dos mais vividos e díspares momentos de ser. Aquilo que a fotografia é, é a morte de um instante de vida, uma interrupção do fluxo temporal, uma posse de corpo sem alma, a memória do simulacro, a construção do mausoléu.

Mas não fosse também a fotografia um produto da vida, portanto, uma técnica extensiva do corpo, para a considerarmos, na sua deriva de simulações, a mais contrastiva oposição à morte, ou seja, trazendo todos os recalcamentos para a superfície, a mais atrevida manifestação do erotismo criador.

Fiquemos, então, com este velho compromisso entre o eros e o tanatos, redimindo naquele adjectivo, não a idade da técnica (os 160 anos da fotografia), mas a idade das forças que equilibram os sistemas vitais (a velhíssima idade da luz, a velhíssima idade do desejo). O livro de Maria da Conceição Azevedo, A Luz Viva da Morte, é o resultado de uma apurada tese de doutoramento sobre a educação da vida, a paideia do ser humano, no pressuposto de que é possível e desejável falar em valores culminantes – «os valores que determinam as escolhas fundamentais da existência e são condição da possibilidade de realização de todos os outros valores» (Obra citada).

O livro transporta-nos pelo interior da educação que o homem faz para sua própria realização pessoal, iluminando demoradamente, em várias isotopias da interpretação religiosa, as relações, os modos e os estilos, que a morte tem imposto ao ser humano e outros tantos que este vai inventando para a superar, ou não fosse esta a utopia a perseguir. - José Machado.
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